Delimitação de Microbacias Hidrográficas com o gvSIG: Parte III
Buenas, pessoal!
Vamos agora para a terceira parte do tutorial sobre delimitação de Microbacias Hidrográficas (MBH) com o gvSIG. Na segunda parte do tutorial vimos como gerar o MDT a partir de um arquivo shape contendo curvas de nivel da região de interesse. Neste momento, estamos com o MDT pronto e processado, de modo a não apresentar depressões. Retomamos o trabalho a partir deste ponto.
Gerar a camada de fluxo:
Para início de conversa, abriremos a ferramenta Sextante: SEXTANTE > Basic hydrological analysis > Flow accumulation
Na janela da ferramenta que se abre, vamos efetuar as seguintes configurações: Na aba “Parameters”, seção “Inputs – Raster layers”, em “Elevation” selecionaremos a camada que foi gerada após o processamento de eliminação das depressões; em “Weight” deixamos sem seleção (Not selected); na seção “Options”, em “Method” selecionamos a opção “MFD (Multiple Flow Directions)”; em “Convergence factor (MFD), colocamos o valor de “1.1”; na seção “Outputs”, como de praxe, selecionamos o nome e caminho onde o arquivo resultante será salvo.
Na aba “Output region” deixaremos selecionada a opção “Fit to input layers” (nota: de agora em diante essa será a opção “padrão”, quando não nos referirmos a ela nas próximas fases. Se houver alguma necessidade de alterar essa opção, eu avisarei).
Ao clicarmos em “OK” a rotina de acúmulo de fluxo será aplicada, e obteremos como resultado final um arquivo raster que representa o acúmulo de fluxo da nossa área de estudo:
Podemos agora partir para a geração da rede de drenagem.
Gerar a rede de drenagem:
Abrimos novamente a ferramenta Sextante: SEXTANTE > Basic hydrological analysis > Channel network
Definindo as opções da ferramenta: Na aba “Parameters”, seção “Input – Raster layers”, vamos definir que em “Elevation” será utilizada a camada raster do MDT processado (sem depressões); em Threshold layer, selecionaremos a camada de fluxo, gerada na fase anterior; na seção “Options”, primeiramente não mexeremos nas opções apresentadas: em “Criteria” está selecionado “Greater than”, e em Threshold está o valor de “10000.0”; na seção “Outputs, o diferencial agora é que será gerada uma camada no formato raster e outra no formato vetorial. Definimos aqui nome e caminho para caminho para cada um dos arquivos que será gerado. Na aba “Output region”, como comentamos anteriormente, deixaremos selecionada a opção “Fit to input layers”.
Ao rodarmos a rotina clicando em “OK”, seremos apresentados ao arquivo resultante: a rede de drenagem da nossa área de estudo:
Como podemos observar, a rede de drenagem ficou muito detalhada. Se aplicarmos a rotina de geração de sub-bacias neste arquivo, receberemos como resultado centenas de sub-bacias, referentes a cada contribuinte da rede de drenagem, por menor que seja. Co mo não é esse o objetivo neste momento, vamos alterar os parâmetros para obter uma rede de drenagem com menos detalhes:
Abrindo novamente a ferramenta “Channel ntetwork” do Sextante, vamos alterar apenas a opção “Threshold”, da seção “Options” da aba “Parameters”. Como uma primeira aproximação, vamos alterar o valor de “10000.0” para “100000.0”; não alteraremos as demais opções.
Pressionado “OK”, a rotina será aplicada novamente, e obteremos nossa nova rede de drenagem:
Com a rede de drenagem gerada, podemos passar para o próximo passo:
Gerar as sub-bacias hidrográficas:
Acessamos novamente a ferramenta Sextante: SEXTANTE > Basic hydrological analysis > Watersheds
Configurando a ferramenta: na aba “Parameters”, seção “Inputs – Raster layers”, em “Elevation” selecionamos a camada raster do MDT processado (sem depressões); em “Chanel network” selecionamos a camada da rede de drenagem que geramos no passo anterior; na seção “Options”, em “Minimum watershed size [cells]” podemos definir o tamanho mínimo, em células, que a sub-bacia pode ter. Neste caso, deixamos o valor padrão (“0”); Na seção “Outputs”, definimos o nome do arquivo e o caminho onde ele será salvo. Na aba “Output region”, deixamos selecionada a opção “Fit to input layers”.
Ao clicarmos em “OK”, seremos apresentados ao nosso resultado final: um arquivo raster representando todas as sub-bacias hidrográficas da nossa área de estudo.
Na próxima imagem podemos conferir a rede de drenagem sobreposta às sub-bacias hidrográficas:
Para os próximos passos no trabalho de delimitação das MBH, precisaremos converter este arquivo raster em um arquivo vetorial:
Vetorizar as sub-bacias hidrográficas:
Pela última vez neste tutorial, vamos acessar a ferramenta Sextante: SEXTANTE > Vectorization > Vectorize raster layer (polygons)
Precisamos definir apenas dois parâmetros: em “Input layer”, selecionamos a camada raster que queremos vetorizar (a camada das sub-bacias hidrográficas que acabamos de gerar), e em “Outputs – Result[vector]” definimos o nome do arquivo e o caminho onde ele será salvo.
Novamente clicando em “OK” seremos apresentados ao arquivo vetorial simbolizando as sub-bacias da nossa área de estudo:
Como último passo desta parte do tutorial, vamos alterar a simbologia da camada de sub-bacias hidrográficas, para facilitar os trabalhos seguintes:
Aplicar simbologia nas sub-bacias hidrográficas:
Selecionamos no TOC a camada “Result” (gerada no passo anterior), e, clicando com o botão direito do mouse sobre ela, selecionamos no menu contextual que se abre a opção “Propriedades”. Na aba “Simbologia”, selecionamos Categorias > Valores únicos
Em “Campo de classificação” escolhemos o campo pelo qual iremos aplicar a simbologia (Watersheds, neste caso); em “Esquema de cores”, escolhemos um gradiente de cores que nos agrade, de preferência com uma grande variação de cores (selecionei o esquema “purple-red+stripes”); em seguida, clicamos em “Adicionar todos”. Aparecerá a mensagem de alerta: “mais de 100 símbolos não contribuem para uma clara informação em um mapa”:
Podemos clicar em “Yes”, pois neste caso o que queremos é apenas facilitar a diferenciação das diferentes áreas.
Clicando em “Aplicar” teremos um “preview” e, se o resultado nos agradar, podemos clicar em “Aceitar”. Seremos então apresentados ao nosso arquivo vetorial, já com a simbologia aplicada:
Com isto terminamos esta terceira parte do nosso tutorial sobre delimitação de Microbacias Hidrográficas com o gvSIG. Na próxima (e última) parte iremos finalmente selecionar as sub-bacias que compõe a nossa MBH, e executar os procedimentos que nos permitirão delimitá-la.
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