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Criando um mapa de localização no gvSIG – Parte 1

February 25, 2016 — Eliazer Kosciuk

Buenas, pessoal!

Para marcar a volta às atividades no blog, nada melhor do que um artigo abordando o modo Mapa do gvSIG, esse incompreendido e muitas vezes mal falado compositor de mapas. A inspiração para o artigo veio através da postagem do Narcélio de Sá, que desenvolveu o tema de como criar um mapa de localização com muita desenvoltura utilizando as facilidades que o QGIS oferece através do seu compositor de mapas.

Muito embora o gvSIG não ofereça um modo de Mapa tão avançado, que disponibilize todos os recursos apresentados no referido artigo, ainda assim é possível criar um mapa de localização que não fica devendo nada para o que foi apresentado, como podemos conferir na imagem abaixo, que mostra o resultado final do nosso exercício:

Resultado final do mapa de localização executado através do gvSIG

Resultado final do mapa de localização executado através do gvSIG

Nesta primeira parte vamos tratar da obtenção dos arquivos necessários e da preparação das camadas e das Vistas que iremos utilizar para compor o nosso mapa. Na segunda parte deste artigo iremos tratar da composição do mapa em si, e dos “truques” que utilizamos para alcançar o nosso objetivo final.

Obtenção dos dados

Todos os arquivos utilizados para compor este mapa foram obtidos no site do IBGE, da malha digital de Municípios de 2014, que pode ser obtida acessando o ftp do IBGE. Estarei utilizando os arquivos referentes ao Rio Grande do Sul, mas sinta-se livre para baixar e utilizar os dados do seu Estado…

Dentro da pasta de cada Estado existem quatro arquivos compactados, contendo os arquivos shape referentes ao contorno do Estado, suas mesorregiões, microrregiões e a divisão municipal. Baixe todos os arquivos e descompacte na sua pasta de trabalho.

Preparação do ambiente de trabalho

De posse dos arquivos necessários, vamos começar a preparar nosso ambiente para montar as Vistas que serão usadas na composição do nosso mapa. Para isso, abra o gvSIG, crie um novo projeto e adicione uma nova Vista (pode deixar a projeção padrão, EPSG 4326 – WGS 84, que é muito semelhante a projeção SIRGAS 2000, utilizada pelo IBGE). Eu renomeei esta Vista como “Trabalho”.

Criada a Vista, acesse a mesma e vamos inserir os quatro arquivos shape que baixamos (“Vista > Adicionar camada“, ou “Alt + O” ou no ícone “Adicionar camada“). Pode adicionar os quatro arquivos simultaneamente.

Inserindo shapes na Vista de trabalho.

Inserindo shapes na Vista de trabalho.

Para facilitar o trabalho, renomeie cada camada inserida na ToC (clique com o botão direito do mouse sobre o nome da camada na ToC, e clique na opção “Renomear“, de modo a refletir o que cada camada representa (Estado, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios).

mapalocaliza03

Camadas renomeadas

Exportando feições selecionadas como shapes

Com isso preparado, podemos começar a separar os shapes que usaremos para compor os mapas. Em primeiro lugar, vamos separar o shape do município que iremos localizar no nosso mapa. Aqui, estou separando o município de Ivorá, RS. Selecione a camada dos Municípios na ToC, e deixe ela por cima das outras camadas, ou então desabilite a visão das outras camadas, para que possamos visualizar apenas a camada dos municípios.

Com a camada Municípios selecionada, utilize a ferramenta de seleção simples (“Seleção > Seleção simples“, ou o ícone “Seleção simples“) para selecionar o município desejado. Se estiver difícil de localizar o município desejado, utilize as ferramentas de Zoom para navegar na camada, e faça uso da ferramenta de consulta “Informação por ponto” (“Camada > Consulta > Informação por ponto” ou no ícone “Informação por ponto“), que mostra os atributos do ponto selecionado:

Utilizando a ferramenta de consulta "Informação do ponto"

Utilizando a ferramenta de consulta “Informação do ponto”

Selecionado o município, vamos exportá-lo como arquivo shape individual através do menu “Camada > Exportar para…“, salvando o arquivo como “Ivora.shp” (para maiores detalhes sobre como exportar uma feição selecionada como arquivo shape, acesse o tutorial). Não é necessário inserir a camada resultante na Vista de trabalho.

Repita esse processo com a camada Microrregiões, salvando a Microrregião Restinga Seca, e com a camada Mesorregiões, salvando a Mesorregião Centro Ocidental Rio Grandense, que são as regiões onde está inserido o município objeto do nosso estudo.

Recortando camadas

Para que tenhamos um incremento visual em nosso mapa, vamos precisar recortar da nossa camada de municípios, os municípios que fazem parte da Microrregião Restinga Seca e da Mesorregião Centro Ocidental Rio Grandense. Para isso, vamos utilizar o geoprocesso Cortar, presente na Caixa de ferramentas de Geoprocessos do gvSIG.

Vamos começar pela Microrregião: habilite novamente a visualização da camada Microrregiões na ToC e, se ainda não estiver, posicione ela acima da camada Municípios, para que possamos vê-la na área de trabalho da Vista. Utilizando novamente a ferramenta de Seleção simples, clique na Microrregião Restinga Seca, para deixá-la selecionada. Em seguida, clique no menu Ferramentas > Geoprocessos > Caixa de Ferramentas, e dê um duplo clique no geoprocesso Cortar (Algoritmos > Geoprocessos do gvSIG > Camadas vetoriais > Cortar).

Janela do geoprocesso Cortar

Janela do geoprocesso Cortar

Na janela do geoprocesso Cortar que se abre, defina os parâmetros para que sejam recortados os municípios da Camada de entrada Municípios, com a máscara da microrregião selecionada da Camada de recorte Microrregiões. Para maiores detalhes sobre o geoprocesso Cortar, visite o artigo Geoprocesso Cortar (Clip) no gvSIG 2.x.

Ao encerrar o geoprocesso Cortar, teremos inseridas na Vista três novas camadas: uma de linhas, uma de pontos, e uma de polígonos, que é a que nos interessa. Descarte as duas primeiras e exporte a camada de polígonos como Microrregiãomunicipios.shp_ através do menu Camadas > Exportar para…

Repita esse procedimento com a camada Mesorregiões, criando um shape dos municípios abrangidos pela Mesorregião Centro Ocidental Riograndense.

Terminada esta fase, temos todos os arquivos necessários para criarmos as Vistas que farão parte do nosso mapa de localização, mas isso é assunto para a parte 2 deste artigo. Salve o seu projeto para que possamos continuar do ponto onde paramos.

Nos vemos em breve!

Tags: gvSIG, geoprocessamento, geoprocessos, modo-mapa, tutorial